Galinhos - uma surpresa maravilhosa
- por Fernanda Bertino
- 2 de mai. de 2016
- 4 min de leitura
Saímos de Canoa Quebrada, última parada no Ceará, bem confiantes no carro e resolvemos esticar até uma cidadezinha no Rio Grande do Norte chamado Galinhos.
Foi um percurso de 6h.
Nas 3 noites que passamos em Galinhos, visitamos:
- Praia de Galinhos
- Farol
- Passeio pelo rio até as Dunas do André
- Passeio pelo rio até as Salinas
- Parquinho/pracinha da cidade
- Muito papo com os moradores locais
O mapa do google dizia que nós levaríamos 3h46min para percorrer mais ou menos 300km entre Canoa Quebrada e Galinhos. Saímos então 11h da manhã, pensando em almoçar pelo caminho. Fizemos assim e seguimos. Passamos por uma estradinha linda beirando o mar e em meio a dunas lindas de areia, na Ponta do Mel. Lindo!
O detalhe maior foi que, ao chegar no ponto final indicado pelo google, nos deparamos com um estacionamento e um rio imenso para ser atravessado de barco!
A outra opção seria darmos uma volta de mais 1h com o carro. Sai pra lá! Paramos o carro no tal estacionamento (que é de graça) escolhemos algumas malas e pegamos o barquinho (R$ 6,00 por adulto e sai a cada meia hora). Foi o máximo! Uma chegada que já renovou nossas energias!
Galinhos é uma cidade do Rio Grande do Norte. Acreditem, é uma cidade! Tem prefeitura, câmara dos vereadores, posto de saúde, pracinha, igreja, etc etc etc, mas a população não chega a 3mil pessoas.
É ainda muito estranho para nós sabermos que um lugar com 3 mil pessoas seja um município quando, por outro lado, lugares como Tijuca ou Jacarepaguá (na cidade do Rio de Janeiro) tenham mais de 100 mil pessoas e sejam apenas bairros. Estranho, né? Não sei bem ainda qual é o correto, aff. Mais estranho ainda é ver que essa cidadezinha tem uma boa verba que daria para melhorar muito a vida dessas 3 mil pessoas e simplesmente escolhe não fazer nada com ela. Enfim, no interior do Brasil isso é cada vez mais comum de se ver. É uma pena.
A pousada que ficamos é de um casal de franceses que viu em Galinhos um recanto maravilhoso na Terra e resolveu morar e investir lá. Muito bacana os dois, empregam com dignidade um monte de gente lá de Galinhos mesmo e conseguem manter um astral muito bom em uma linda pousada super bem localizada (um quarteirão da praia). Fora que tem um restaurante super bonito e de boa comida que chama a atenção até das pessoas que se hospedam nos lugares mais caros da região. Tivemos muita sorte de poder ficar lá na Pousada "Made In Aqui" (www.pousada-madeinaqui.com).
Fora que a dona é artista plástica, cada obra de arte que ela faz misturando técnicas e materiais diversos da natureza, muito bonito mesmo.
Como eu falei, Galinhos é lindo! Fica num bracinho de areia entre o marzão azul e um rio, ambos muito limpos e cheios de peixes.
Nós curtimos bem a Praia no sábado, fomos inclusive andando até o final para vermos o por do sol no Farol e voltamos já escuro. Quanta estrela no céu nos observando!
No domingo nós fomos para o lado do rio para procurar um barqueiro para o Passeio nas Salinas e Dunas do André. Eles queriam cobrar R$200,00 pelo barco e, como só tinha a gente, tava ficando inviável. Até que o Seu Renato fez uma abatimento diminuindo um pouco o percurso do passeio e ficou bom para todo mundo.
Em época de alta temporada o passeio funciona mais ou menos assim: R$ 25,00 por pessoa em 4h para visitar a Duna do André, as Salinas, o Manguezal, a parada para ver cavalo marinho e peixe morcego e a parada para almoço (custeado por fora).
Nós só queríamos a Duna do André e as Salinas. Assim foi feito em 1h e meia. Perfeito!
Nos outros momentos do dia ficamos pela cidadezinha conversando, brincando, comendo.
Vamos por partes, aí vão 3 dicas:
Conversando: as pessoas de Galinhos adoram uma conversa. O moço do restaurante, o moço da padaria, pessoal na praia... Mas quem é bom de prosa mesmo é o Sr. Ivo, um senhor bem velhinho com uma memória incrível. Ele escreveu a história da cidade num livro todo feito em poesias, compramos, é claro!
Brincando: brincadeira lá é na rua, no pé no chão de areia, correndo com as crianças, subindo no parquinho da pracinha. O moradores jogam um futebol num campinho de areia, show de bola! Filó ficou bicho solto. Amou!
Comendo: comer lá não é fácil, pois quase não há opções de restaurantes. Há uns 3 na praia, uns 2 nas ruazinhas atrás da praia e o da nossa pousada. Os da praia são bem caros e não têm opção vegana, nem fomos. Nos da rua atrás da praia, um botava carne em tudo e o outro não. Tentamos esse outro e nos apaixonamos: comida boa, bem temperada e do jeitinho que a gente pediu, donos bons de papo, bem legal. Eles têm Facebook e colocam as fotos dos pratos e dos clientes lá. Procurem por nós no face deles. Ah, indo lá, tirar foto na parede pintada com temas da cidade é parada obrigatória, rs
E foi assim que nos apaixonamos por Galinhos: natureza linda e preservada, povo de bom coração, muitas ruas ainda de areia, um amor!
Em 20 minutos a pé você percorre toda a cidade, em 3 noites você conhece metade dos moradores, em um dia você toma banho de mar, rio e lua. Como não se apaixonar?!
